Podem passar muitos anos

Não sei ao certo quantos anos passaram desde a última vez que fui às Feiras Novas, em Ponte de Lima. Podiam ter passado 20 ou 30 anos. A sensação seria a mesma. A de sentir que uma Vila não abraça todos aqueles quanto gostariam de lhe sentir a pulsação nas rusgas de concertina, no cortejo etnográfico com miúdos e graúdos, nas tigelas de vinho verde tinto pingão, nos petiscos dos tascos que podem ser servir o presunto com as mesmas mãos que se recebe o dinheiro, no canto esganiçado das minhotas em roda dos homens de bigode farto, em cantorias malandras que só cessam quando estoira o fogo no rio, a rebentar de esperança na promessa do ano que virá. Na "rampinha" que estende a noite até ao sol do novo dia, na ponte romana engalanada de luz e naquele magote de gente que se empurra ruas fora.
Podem passar muitos mais anos sem que eu saiba a que santo ou santa é a romaria mas haverá sempre o Minho a brotar dos corações dos que por lá passam. Incluído o meu.









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