Do mar de Santa Cruz, com Berlim no pensamento
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O fim de um dia. O silêncio da praia vazia. O surfista solitário ao fundo e aquela luz, de rendição, a rematar os reencontros, as brincadeiras, as conversas com os amigos que prezamos em intervalos de tempo. Tão espaçados quanto as histórias que nos falham, sem nunca as passar a relatos. Como a do pequeno papel, encontrado na bolsa que não usava há meses. Berlin Charlottenburg 17h30 11/09/2015 Por esta ordem. Terá sido um lembrete para escrever algo, um horário de metro ou de comboio. Quase de certeza uma memória boa, um detalhe. É para isso que levo papel e caneta em viagens. Não escrevi, não me lembro do que gostaria de ter escrito. Perdeu-se um instante e um simples pedaço de papel reavivou essa distância de tempo e lugares, vertidos numa incógnita.