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A mostrar mensagens de novembro, 2011

Dos medos

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(foto by Flickr ) A trovoada. Em termos de dinâmica musical agora mesmo definiria-a como um fortíssimo diminuendo .Mas o medo, esse, prevalece. Já em miúda, quando as trovoadas violentas se encostavam sobre o mar e aí descarregavam toda a sua fúria, iluminando os céus com relâmpagos e trovões sonoros eu ficava hirta de medo, tentando tapar os ouvidos, enrolar-me nos cobertores e, numa ou outra ocasião chamar pela minha mãe ou ir para debaixo da cama. Se havia lugar a falhas de luz o espectáculo era maior.O meu. E de nada valeram as rezas a Santa Bárbara, nem tão pouco as romarias em jeito de cobrança de promessas em que a minha mãe fazia questão de pagar a fatiota da santa como se isto,por si só, pudesse purgar os meus medos. De nada valeu porque em toda a minha vida, sempre que ouvir um trovão irá passar-me pela cabeça morrer carbonizada por um raio. Não é medo da morte que eu tenho, é do raio. Ou do corisco. Com isto lembrei-me de um episódio em que, numa trovoada repentina, em plen