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A mostrar mensagens de maio, 2010

A deslexia do amor é...

...ter lido Amo-te onde estava escrito Mato-te!

Organiza-te

S.Pedro: Organiza-te! Em 28 anos de existência não me lembro de outrora mostrar as peles brancas na praia em meados de Maio. Sim, porque a época balnear tradicional sempre foi nas férias grandes de Agosto, onde havia o trabalho pela manhã e o areal da Praia do comboio, à tarde. Ora, ainda ontem estive a ler o jornal e a arejar o mofo do bikini na praia e hoje o brinde foi um temporal assustador quando saía do trabalho. É verdade que me queixei do calor em demasia. É verdade que fico meia tonta, perco forças e sinto muita sede com o calor em excesso. É verdade que me incham os pés e as mãos e perco a pele nas mãos quando vem o tempo quente. É verdade que o stock de blusas frescas não é imenso. Mas era escusado o sol ter ido embora. Aliás chuva e frio são para partilhar no conforto da casa, quando não há que sair à rua. A chuva e o frio vão bem com sofá, chá ou chocolate quente. Vão bem com peúgas de lã, mantinha e lareira acessa.
A manhã acordou com o mesmo silêncio. As cores do amarelo iluminam a pequena sala. Não fechei as janelas durante a noite. Aliás, às cinco da manhã levantei-me a correr julgando ter ouvido um toque na janela da sala. Provavelmente estava a sonhar. Hoje a manhã é diferente. Fico a pensar no que terá acontecido, mas está tudo muito longe do meu alcance. Não quero interrogar-me. Saio com a praia no destino e vou ao mini-mercado comprar o jornal. De casa até à praia grande gosto da estrada para além de Sintra, recortada pelo verde em toda a volta, ladeada da pequena linha do eléctrico. Hoje o tempo está muito mais fresco mas a areal já se preenche de tolhas, chapéus de sol e o movimento dos surfistas é o mesmo. A água está boa, molhei os pés e voltei para me sentar na toalha e começar a ler. Não demoro muito tempo, escrevo e penso já em me levantar e caminhar. Subi e tomei a direcção das arribas onde descubri uma outra praia onde se multiplicam os surfistas. O sol já se escondeu e olho ao

No monte da Lua

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Já passaram três semanas. Parece-me que conto os dias, à espera que algo aconteça. Embora isto seja às portas de Lisboa tenho a sorte de trabalhar num paraíso vestido de verde, rasgado pelos palacetes românticos, apelando à viajem para tempos idos, dos vestidos com cauda, das tendências idealistas e poéticas. Nem tudo é mau. Não gosto do modo de falar daqui, nunca chamarei bica ao café, nem imperial ao fino, os pastéis de Belém não são nada de especial, assustam-me os centros comerciais, fazem-se compras aos encontrões, as pessoas andam a mil no trânsito, fala-se das cotações da bolsa e da economia. Tem-se a sorte de não viver num desses centros de massa humana, na vertical, de prédios desordenados e andares até se perder a vista. A casa vai sendo o único sítio onde vou deixando o medo que trouxe desde o primeiro dia. Porque aqui estou comigo e a solidão reveste-se de boas memórias, de sonhos, de imagens bonitas.

Viagens #2

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