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A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

A varanda

A varanda é o melhor momento. Quando posso ver o Bom Jesus iluminado lá no cimo, esperando que me inspire. Em baixo alguém que chega à cidade, retira sacos e malas do carro e vem-me à memória o tempo de estudante ou todos aqueles momentos em que o domingo foi dia de regressar aos lugares e às rotinas. Hoje, é esta a melhor rotina que tenho, a de contemplação e silêncio.

Pensamento do final do dia

Em tudo o que fizeres não o faças só para (a)parecer.

Caniçada parte I

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Até lá chegar a estrada de curvas não revela muito mais do que um nevoeiro denso, uma chuva morrinhenta e nomes de localidades que haveria de escrever tivesse eu levado o meu pequeno caderno. Recordo-me do Marco, nada mais. Que as tardes de domingo são pachorrentas e casam com a minha memória fraca. Depois de virar para a esquerda onde se lê "Pousada" chega-se a um refúgio de madeira poisado na rocha, com varandas abertas para os montes, divididos pelo Cávado que segue o seu curso. Em poucos segundos o nevoeiro escondia tanto como tudo o que gostaríamos de ver com sol. Embora o crepitar da lareira, com o S. Bento virado para a janela, nos abençoasse com o aconchego de que não precisávamos de nada mais ali. O que preciso mesmo é de voltar em dias de Primavera para comprovar se existem mesmo caniços que dão o nome a esta Caniçada.

Pimenta

O copo de vinho tinto. Sal de Formentera, pimenta e vinagre balsámico. Parece uma introdução a umas férias mas é o milésimo pecado deste ano que vai no segundo mês a transbordar de situações destas. Por aqui dramatiza-se, perde-se paciência, mas continuo a rir muito. Desta anedota que sou quando me lanço às coisas sem pensar. Ainda não encontrei as cassetes onde jazia a música de Bowie para rever tudo aquilo de que falaram nestes tempos. A memória dele está nesses objectos que pertenciam à minha irmã e dos quais nem ela guarda memória. Tão estruturante que terá sido a música na sua vida que tudo isso lhe passou ao lado. Eu só me lembro das cassetes com as músicas escritas à mão em letra muito miudinha. Ainda não fui ao cinema ver os filmes de que todos falam. Ainda não me consegui habituar aos vizinhos barulhentos, aos carros que buzinam e arrancam prego a fundo noite fora. Ainda não me sinto em casa. Ainda não me habituei a ter que conduzir todos os dias e a não me aborrecer com