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A mostrar mensagens de julho, 2015

Nada contra

Os meus amigos que divulgam, partilham, celebram e se identificam com pensamentos bonitos, frases, reflexões e ensinamentos de bloggers com vidas lindas e maravilhosas, casamentos fantásticos, vidas profissionais preenchidas com aquilo que apenas gostam de fazer, cozinheiro(a)s extremoso(a)s, vidas riquíssimas de sentimentos e pureza de espírito, de paz e amor. Não tenho nada contra eles. É contra quem apregoa mas na hora de praticar falham os chavões e perdem-se os filósofos desta vida. Hoje deu-me para isto. Resmunguice. Principalmente porque numa limpeza da caixa de correio descobri os emails que, tonta, enviei na esperança de resposta, na sequência de um workshop de "auto-ajuda" que me foi oferecido. E dessa experiência de ter conhecido alguém tão-incrivelmente-sem-palavras que percebi que é tudo "muita parra e pouca uva". Respondeu aos emails? Nunca. Devolveu dinheiro das sessões em que nunca participei? Nunca. Mas... Nada contra.  Cá estamos às 12:15

Abominar

Gente (na sua maioria mulheres) que desfia cabelos e atira para o chão. Primeiro movimento sedoso de passar a mão pelo cabelo, depois olhar para a mecha que foi colhida. Olham com compaixão e depois chão. No café, no restaurante, no autocarro, no trabalho. Se alguma vez tivessem que tirar cabelos de uma esfregona nunca o fariam.

A nuvem

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De vez em quando essa nuvem negra e gigante vem. Não é tristeza, desalento, frustração. Ou será revolta, desassossego, retrospecção e futuro. Ou não saber o que cabe no amanhã. Os sonhos. Esmagados por essa ameaça de cinzento dos medos. Dos falhanços, das decisões mal tomadas, das pessoas erradas com quem nos cruzámos e que deixam danos irreparáveis. E como milhões de pessoas de um planeta esforço-me por ser melhor, por saber mais, por acreditar, por trabalhar mais. E nunca chega. Para mim, para os outros. Nunca chega simplesmente viver isto. Porque tem dias que não vemos para além da nuvem.

Mais e mais

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Eu devia sair mais vezes. Não digo sair pelo buliço. Mas pelas cores, pelos fins de tarde de verão (ainda que às vezes tristonho), pelo céu em tons de rosa, pelas luzes reflectidas no rio, pelas pessoas nas ruas, a praça a fervilhar nas esplanadas e os focos voltados para as fachadas. Pelo Neptuno que já tem água, pelas ruas do coração da cidade. E isto tudo é mais, por mim, também!

Escaldão e bolhas nos pés

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São as mazelas que ficaram do dia de ontem porque tudo o resto foi saldo positivo de uma equação que é simples: tempo livre, mochila às costas e vontade de descoberta. Os pés estão assim porque ninguém se lembra de ir passear de sandálias com 0,05cm de espessura de sola e o escaldão porque caminhar durante mais de uma hora debaixo de 31° e apenas com protector na cara resultou em braços churrascados. O dia tinha tudo para revelar quando já com menos de três minutos da hora de partida do comboio eu não sei em qual devo entrar. Ainda tentei o intercontinental mas quando vi o "garçon" de bordo percebi que estava errada e acabei naquele que estava mais lotado, embora a quem perguntasse me confirmava que ia sim para Konin. Mas eu queria era Kórnik. E como nesta terra os "k's" são um flagelo devo ter perguntado trinta vezes se estava no comboio certo. E o apeadeiro de Kórnik chegou para meu sossego e em poucos segundos, preocupação. Sim, porque verificar antes s

Dor de dentes, ou da história...

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Eu já suava das mãos. Primeiro o taxista engana-se e vai para uma rua de onde o número vinte e cinco nem sinal, depois, à chegada ao destino correcto vejo-me a entrar para umas traseiras tipo quintal e eu já nem sequer me queria imaginar estendida na cadeira do dentista. E em todo este processo eu já afirmava para mim mesma que ficar com o dente partido e assumir o problema de fragilidade da boca seria melhor do que tentar explicar todo o histórico e não ser compreendida e sair do consultório ainda com menos dentes dos que tenho. E quando bato à porta e vem o médico (assistentes de dentistas? Isso são modernices) e aparentemente não se recorda da marcação, eu senti que tinha tudo para correr bem nesta estreia dentária por terras nortenhas. Finda a tortura, talvez acalmada pela voz mais dócil e melódica que ouvi (a seguir à do professor da faculdade Eduardo Sá) eu pude voltar para casa percorrendo o bairro simpático nas redondezas do Parque da Cidadela. E foi precisamente por aí qu

Dos sonhos

Hoje sonhei com este senhor. Talvez não com ele, mas com a sua música. E para não me esquecer dela, aqui fica. Mar Impossível - Camané http://youtu.be/HezZYq_QEG0

Se...

Isto não foi fazer um trail, foi   a   primeira vez que vi um Bambi tão de perto! Eu ia na minha volta em que me obrigo a mexer as pernas, depois de doze horas sentada em frente a um computador, quando vejo aquele animal de pêlo castanho dourado a comer folhas junto ao caminho. E ele parou a olhar para mim e eu aproximo-me prontinha para registar o momento e ele parece não incomodar-se. Até que se arrepende, desata a correr pela folhagem e eu vou atrás, não sabendo como chamá-lo. Bsh, Bsh (como a um gato!?), assobiando como a um cão!? E lanço-me por entre ramos de árvores caídos seguindo o rasto daquele olhar malandro e doce, a desafiar-me enquanto pára a remoer as últimas folhas que roubou no caminho. E depois prossegue saltitante, perdendo-se no emaranhado da floresta, a essa hora cada vez mais densa de escuridão. E eu regresso, desviando folhas e furando a ramagem até que, de volta ao pequeno caminho, passam duas pessoas a correr e quase tive vontade de explicar o porquê de vir d

O barato sai...

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Fedorento. Foi assim, depois de comprar uma mochila nos saldos para substituir aquela com a qual já andava há mais de dois meses com a pega rebentada e com um nó mal amanhado. E hoje, numa manhã de verão polaco com chuva torrencial, a dita apanhou água e agora é como se viajasse com uma tinturaria marroquina nas costas. E quem já visitou esses lugares poderá bem assegurar que esse cheiro é coisa para levantar os mortos.

Cook'Off

Cook'Off RTP online Eu estava a ver isto. Perdão. A comer, com estes olhos que a terra há-de engolir. E as ondas da net fazem-me a desfeita de não transmitir mais e fico a meio deste duelo entre bacalhau de cebolada e o sarrabulho, desse Minho que, só por si, brota comida e bebida. E na primeira vez que me disponho a ver TV pelo minúsculo ecrã do telemóvel e até vejo ali algum interesse (acho que são as minhas papilas gustativas e o estômago), isto deixa de funcionar. E como ir dormir a pensar naquela costelinha com grelos e batatas?! Não é fome, é desejo de uma lista infindável de iguarias que, por mais apetitosos que sejam os pierogiis , os Serniks e as iguarias desta terra não preenchem totalmente aquela equação em que, comida e bebida na boca, há  alinhamento de quem somos afinal.

Hoje

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Haverá poucas coisas a saber tão bem?! Isto e água quente nos pés depois de uma noite em saltos altos.

Sold out

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A manhã começa com pagar contas e cinco segundos de desvario.  Depois de quase ter comprado bilhete para um concerto digital lá percebi que não seria o mesmo que ouvir a Philharmoniker ao vivo. Felizmente não tenho dinheiro na conta, senão ainda comprava bilhete para o Carnegie Hall, acidentalmente .

Manhã de bonança

Já posso respirar de alívio porque tenho as janelas todas, os trabalhos prosseguem nas obras que vejo desde casa, estão menos 10° que ontem e a trovoada, a chuva e o vento foram nada mais do que um acerto de temperaturas. Não sei se o pequeno pássaro que costuma habitar o canal para o meu exaustor se estará vivo. Hoje não piou ainda. E poderá ter sido o único que não sobreviveu à fúria da tempestade.

Quando o Kevin falou...

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A volta pelo lago já é uma rotina, mesmo quando as tardes têm sido mais quentes e é quase impossível respirar sem engolir dezenas de mosquitos. Sigo pela zona para bicicletas e mais à frente da pista de ski entro pelo bosque, agora de verde frondoso, tendo despido totalmente as roupas do Outono e Inverno. É absolutamente incrível observar todas as mudanças da natureza, de estação para estação. E passo pela represa praticamente sem água, pelo parque de diversão dos cães e dou a volta sempre junto ao muro de betão que separa os caminhos do bosque, dos terrenos do zoo. Ainda me lembro da primeira vez que tentei descobrir estes caminhos. O medo que senti, a desorientação no espaço e na rapidez com que me socorri do telemóvel para ativar o GPS. Uma tonta, é o que sou! Porque sempre fui para todo o lado à descoberta de caminhos e quanto mais pensamos no medo mais fazemos com que ele exista. Mas, desde aí, o telemóvel vai sempre comigo e, nas mãos, as chaves de casa. E o Kevin. S

Quanto vale uma vida?

Trinta minutos de autocarro entre Owinska e Poznan. Dentro de um autocarro transformado em forno, onde gente se acotovelava num regresso da pequena praia criada junto ao lago. E ela lá ia, no último banco, de cabeça tombada, num sono profundo, sendo já motivo de troça dos miúdos eufóricos nos bancos à volta. E saíram estes e vieram outros e eu achava cada vez mais estranho a indiferença aos solavancos do autocarro, ao toque intermitente do telemóvel, às travagens consecutivas. E separavam-nos duas fileiras de bancos e eu sentia-a cada vez mais pálida mas as minhas ações não passaram de suposições na minha cabeça e interrogações. E quando já na última saída se dá o alerta ao motorista perante a indiferença de todos que foram saindo eu pensei que tinha visto a morte sem nada fazer para o evitar. E continuava imóvel, de cabeça tombada, até que perante a insistência do motorista recuperou os sentidos e eu um pouco menos de culpa por ter feito uma viagem a olhar para aquele compasso de e

Há dias assim...

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Em que a solidão dói mais. Hoje é o dia.

Os astros

Ontem, enquanto os astros se alinhavam nos céus, eles gritavam no espaço exterior comum aos apartamentos. Ela chorava. Ele, chamava por ela mas sem sair da porta de entrada do prédio. Só por isso parecia que havia pouca vontade que voltasse. Eu não percebi uma palavra da discussão. Mas via os astros da janela. Se em algum momento eles percebessem o que se passava nos céus talvez as coisas se invertessem. Ou não. Porque há detalhes que perdem o interesse.