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A mostrar mensagens de novembro, 2014

Tivesse

Tivesse eu a capacidade de desligar, deixar de ouvir, não cansar-me das futilidades dos outros, das histórias repetidas e sem interesse, das patetices, das coisas ridículas e sem senso nenhum, das histórias de Big Brother. Fazer com que todo esse eco não me obrigasse a responder . Mesmo que sim ou não.  Nada.

O pensamento

Está tudo ali. São pessoas, rotinas, afetos, pensamentos, emoções, dias que passam dentro das paredes confidentes da casa cor-de-rosa. É o filme em que nos rimos das piadas certeiras, daqueles que mais sentem a divisão do mundo entre loucos e os outros. Ou será o contrário?   E quantas vezes não temos aquele cavalo alucinado dentro de nós, quantas vezes não somos capazes de ir mais além do que a "Batalha", quantas vezes não pensamos em tudo o que seja uma espécie de ponte para resolver o problema que deitamos por ali abaixo até que se perca nas profundezas do Douro, ou de outro rio qualquer. E serão os loucos aqueles que não conhecem ninguém? As cenas que mais me marcaram: a interpretação do quadro, o diálogo do guitarrista cego no jardim e o sofrimento explicado por quem se deixou vencer pelo amor de uma Rosa. "Pára-me de repente o pensamento Como que de repente refreado Na doida correria em que levado Ia em busca da paz, do esquecimento... Pára surpreso, escru

Perguntas para as quais não quero resposta #2

Podem os supermercados deixar de ter aquelas miniaturas de toda a espécie de chocolate dos quais gosto? Posso eu parar de pensar que todos os bolos, doces e comidas que existem por aqui são a última "coca-cola do deserto"? É que a continuar assim em breve vou estar a escrever sobre os tamanhos da roupa que se vendem por aqui. E não vou gostar de saber fortes constatações!

Controvérsia

O mundo discute um rabo brilhante e que segura copos, enquanto que um país descobre a identidade de uma mulher que conduz comboios a grande velocidade.

As cabras, os museus e...a dor de pernas

Imagem
Doem-me as pernas. Recomendaria a todas as pessoas que queiram realmente conhecer uma cidade que o façam  a pé. Descobrindo ruelas, olhando e sorvendo cada detalhe. As pessoas, os edifícios, as cores, os cheiros, o bonito e o feio. O mapa é sempre uma opção mas evitem-no quantas vezes forem necessárias,  podem perder-se e entrar nos cafés, mas espreitem tudo, mas tudo! Sejam curiosos como os gatos. O guia chegou na semana passada e confesso que não sou grande adepta de ver a cidade pelos olhos de quem a escreveu, algures, depois de a ter sentido. O que vem no guia é sempre uma boa referência mas passo demasiado tempo com a cabeça poisada no papel e assim perderei mais rapidamente o campo de visão que, em contexto novo, se dilata sempre até ao infinito. Além disso, o guia ou o mapa na mão atrai carteiristas. É a minha teoria de quem nunca viajou realmente mas continua a ser uma boa desculpa para eu continuar a optar pela curiosidade do ver, perguntar e ouvir. Mas o guia foi uma ofer

Feelings

"Everybody's talking at me I don't hear a word they're saying Only the echoes of my mind"

Perguntas para as quais não quero resposta #1

Pode o arroz ser cozido dentro de um saco de plástico e imediatamente passado por água fria? Assim, sem o "estrugido", sem a cebola, ou os oregãos? Assim...arroz para pássaros? Tudo o que possa fazer para contrariar as instruções de cozedura vai correr mal. Isto está mesmo formatado. E as trinta mil qualidades de arroz, agulha, basmati, extra-longo onde foram parar? É possível ter algum dia de ingerir Calgon para retirar o calcário desta água que bebo? Cabelo, pele, roupas e tudo por onde passe esse bem da natureza fica com a dureza de uma lixa. Posso algum dia não pensar que as empregadas do supermercado não estão chateadas e de mau humor e dizem grandes ordinarices entre dentes quando me perguntam algo que não sei responder porque simplesmente não compreendo o que me estão a dizer? Sabem, porventura, estas pessoas que a emigração existe e eu tenho muito mais em que pensar do que decorar palavras com oito consoantes seguidas? Saberão algum dia o que é serviço/atenção ao

A lua, em Poznan

Hoje a volta no lago não é feita em absoluta escuridão. Ali está a lua, quase cheia, a ampliar os reflexos das cores na água e a iluminar os patos que tentam sair da água para as margens. E, ignorando, o frio era mesmo capaz de me sentar ali, na relva enquanto tudo o que posso de ter de bonito se concentra neste espaço. E enquanto corro até dobrar a curva para a outra margem consigo imaginar ali mesmo o mar, a boca do inferno, ou a minha praia do comboio, o farol do Cabo da Roca, a praia do Guincho, a ciclovia onde tantas vezes caminhei no meu silêncio. Está tudo aqui e sorrio. Porque a imaginação é tudo o que precisamos para fazer com que tudo pareça diferente. A imaginação e a capacidade de nos transportarmos e sentirmos que onde estamos é tão nosso como já foram outras paragens. E tudo porque ela está ali. A lua. A mesma que sempre admiro, aqui ou em qualquer parte.