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A mostrar mensagens de abril, 2016

#rio2016 - II As corridas da Gávea

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O Irineu era uma das palavras que faltava para decifrar o parágrafo entusiástico em que foram relatadas as corridas da Gávea. Novamente o amigo Google ajudou na reconstrução da história relatada por carta, à mistura com palavras de saudade, de perguntas à ausência de resposta, de como vai o câmbio e às notas de cabeçalho em que se lê: “tua comadre e minha deu a lús dia 15 dois meninos”. O meu avô nunca teve um carro mas por certo gostou de saber que estiveram animadas as corridas em 1935, que se mudaram pneus em seis minutos, um Argentino chamado Carú venceu a prova e os portugueses ficaram em 2º, 4º e 6º lugar com carros que levaram de Portugal, tendo parado três vezes enquanto o vencedor apenas uma. Já o Irineu Correia antes de completar a primeira volta caiu no rio próximo do Hotel Leblon morrendo cinco minutos depois.

#rio2016 - I

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Talvez o meu desassossego pelos sítios venha de ti, avô. “Bubu”, como eu te chamava. Pela pequena arca coberta de pó e de memórias a minha curiosidade nunca foi menor do que a tua audácia quando decidiste ir além-mar. Entre fotografias onde apareces como um galã, com fato e chapéu de aba, cartas dirigidas às pessoas com quem trabalhaste, o teu cartão de colaborador do mercado de frutas, entre vários escritos, o meu interesse pelo Rio veio assim. Através de ti, e das tuas memórias! E se os lugares são de afectos eu não podia falhar este, pela curiosidade, pela ligação de estar num sítio onde, há quase 90 anos atrás desembarcaste e preencheste nove anos da tua vida. O Rio para mim é um punhado de imaginação em torno de meia dúzia de papéis que guardo religiosamente e de todas as histórias que, em boa verdade, não sei se as contaste enquanto embalaste as minhas tropelias de criança ou se, eu quis que assim fossem. Ainda me lembro da minha insistência com o programa “Ponto

Ganhar o dia

Eu hoje arranjei determinação para ver o nascer do dia, arrancando algum esforço ao corpo e tentando distrair-me do caos felino que vai em casa. E quando o azul do céu já era mais azul, e a luz do sol rompia abrindo a manhã eu descia a rua para receber um "bom dia" vigoroso, com alegria e sem olhar desviado. Ali estava ela, a colocar caixas de hortaliças, cebolas e verduras frescas. A senhora de uma mercearia da rua que no meio da suas tarefas madrugadoras lembrou o quanto faz a diferença dar sem esperar em troca.

Das vozes sem eco

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O que nunca te direi porque apenas o meu olhar pode falar no meio de todos os impossíveis. Não é lamento, é uma voz sem eco quando disparo em sorriso, nervoso e interrogação. Atira! O sorriso, o olhar no meio da confusão e eu penso o quanto demoraria os meus olhos nos teus. Por nada, por um minuto teu.