Apetece-me escrever sobre momentos, sobre as partidas e chegadas. Das viagens. Das minhas viagens de comboio. Parece-me que nas estações de comboio não se vê o fervilhar de emoções que vemos nos aeroportos...é como se as ausências entre as pessoas fossem menos prolongadas e as vidas não estivessem tão penduradas. Neste vai e vem do Sul para o Norte (e vice-versa), da "minha janela", observo, em cada estação o momento em que pais reencontram os filhos, namorados se perdem em beijos profundos e abraços efusivos, desconhecidos se cruzam numa pressa que não lhes levanta o olhar do chão, amigos sorriem aos que esperam e aos que chegam e onde até os cães e os gatos fazem parte deste ritual de chegada e de partida. A chegada e a partida que se confundem e vestem o papel uma da outra, transformando as horas em bons ou maus momentos. Penso nas pessoas, não só naquilo que são, para onde vão, o que fazem mas também o que vivem, o que sentem...penso no porquê das raparigas serem ma...