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A mostrar mensagens de agosto, 2014

Da série: coisas que nunca fiz

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Com o devido delay

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Há uns tempos a propósito da polémica da partida do Fernando Tordo escrevi o seguinte: Eu não me preocupo com os que vão (e entendam a minha frieza), preocupam-me os que ficam cá e todos nós que pagamos esta fatura demasiado pesada todos os dias. E mais ainda. Se me surgir a oportunidade vou também. Mas vou sem mágoas. Sabem porquê? Porque ninguém sai obrigado, ninguém vai com estatuto de refugiado ou embarcado clandestinamente. Saímos porque somos livres e isso é das melhores coisas do mundo. O Fernando Tordo é de uma geração que tão bem sabe dar valor à liberdade. E eu iria sem precisar que as luzes das câmaras de televisão e as peças jornalísticas dramáticas que fazem nos aeroportos contassem a minha história. Porque a história do Fernando Tordo assim como tantos outros Fernandos é tão idêntica àquela que o nosso país assistiu década após década. Porque fomos sempre um povo de sair, de ir além fronteiras, de ir esburacar oportunidades aqui e acolá. Quem quer ficar fica, com ou se...

Combinações

Duas mulheres falavam sobre mediums enquanto esperam para ser atendidas no serviço de finanças. E enquanto se ouve a expressão recorrente "quer pagar como?" existem conversas perfeitas para os lugares perfeitos.

A viagem

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A despedida no cais agravou o nó feito de medos, nervoso e ao mesmo tempo ansiedade. Projetei outras despedidas e a pequena viagem na ria fez-se de olhar pousado nas pequenas ilhotas, nos veleiros por ali fundeados e no rasto de espuma branca que fica para trás. Ao longe o farol, cada vez mais distante do centro da cidade. E ficam para trás a praia com vento quente, as pequenas casas improvisadas, as infraestruturas primárias e os dias compassados pela luz do dia.

Horizonte

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Cores

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O vento quente faz-me lembrar outras paragens. E despeço-me de cada pedaço daquilo que sei que vou ter saudades: do mar, da luz dos casarios, do sol. Destas cores.

Lugares

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Chego e reconstruo um puzzle complexo. Penso na última vez que ali estive. Reconheço pessoas na rua. Lembro-me de quantas vezes desejei voltar. É a afinidade misturada com a estranheza.