É aqui tão perto
Dia 13. Sexta-feira e eu contrariava o sono depois de uma semana mal dormida. Estava num comboio de Lisboa para Braga e a ler notícias vindas de Paris que voltavam com a pergunta "Porquê?". É Paris. Duas fronteiras acima de nós. É onde vivem amigos e família a quem imediatamente escrevi procurando saber se estavam bem. E estavam, felizmente. Mas nunca sabemos quando será um dos nossos, derrubando assim essa ténue sensação de gravidade distante que é tão falsa como a segurança que dizemos ter. E o mundo revolta-se, seguem-se manifestações de toda a índole e as redes sociais incendeiam com frases de que não temos humanidade. Pois não. Mas não seria necessário bombas, pessoas tombadas e sangue derramado para o perceber. Basta abrir uma qualquer caixa de comentários de uma notícia, de um tópico mais controverso ou de uma discussão global para ver tudo o que temos. E às vezes (tantas) é aqui ainda mais perto!