Mulher
Ela praticamente tinha tudo. A clareza das coisas, sobretudo isso. Mas não percebia bem aquele desconforto diário, um peso brutal sobre a cabeça, sobre os ombros. Não era físico, vinha de dentro. E depois tudo à volta era um quadro de Nery, esmagador em padrão. No trabalho, entre os amigos e família, a rua, os feeds do mundo. Tudo deveria exceder tudo, ser o superlativo da beleza, do profissionalismo, da vida social, do empoderamento. E o corrector a insistir com o empacotamento. Se calhar, é isso. Rebobinar as virtudes dos magos e dos que magoam também. E ela, ali, de janela aberta a fumar a vida, concentrada naquilo que é ser apenas. Existir. O declínio em pessoa. Sem conseguir perceber o que realmente lhe fez estar horas na janela do último andar, à noite, a pensar no que fazer a seguir. Como tirar aquele saco plástico dos galhos da árvore, que há semanas luta contra o vento? [ #mulher ]
Pois é Manuela, cá estou eu, como prometido, neste novo ano. Arranco dia 11 para o Alentejo para trabalhar no SIADAP de algumas câmaras da zona de évora. Mas sem dúvida vou continuar a acompanhar o teu blog, que eu acho bem porreiro e que sempre vou seguindo.
ResponderEliminarJá agora ando a ouvir isto:
http://www.youtube.com/watch?v=ybSToMkgzCQ&feature=related
Tudo de bom. André