Havemos de subir a avenida, sem mãos na cintura, nem saias garridas e sem termos o regaço de oiro, mas olhando as esplanadas e as casas das recordações com o mesmo sorriso dessas minhotas engalanadas. Havemos de subir ao santuário e louvar a Santa Luzia, por sinal, advogada das vistas, por ver dali o quão bonito é o rio Lima a chegar ao mar, o Cabedelo dos surfistas e poder comparar numa dessas fotografias a preto e branco, o quanto o mar comeu à terra nestes anos, desde Castelo do Neiva até onde perdemos a vista. Havemos de parar no Natário para lambuzar os dedos com açúcar e canela das Bolas que não vêm de Berlim mas estão ali junto aos biscoitos de Viana e com uma fila à porta. Havemos de ir à Praia do Norte, e esperar por marés que enchem e esvaziam as piscinas do mar. Havemos de sentar-nos na Praça da República e ali trazer à memória o furor de um grupo de bombos, de outras tantas concertinas, cantigas à desgarrada e um balancear de gigantones em dias de romaria. Havemos...