2017
Chegarás ébrio de brilho e de cor. Mesmo num mundo às avessas onde morrem crianças, joga-se ao poder com bombas e ainda não há cura para o cancro. Chegarás e brindaremos. Com a champanhe ou o champanhe, nunca sei, mas que é sempre de uma amargura e por isso aproveito para cerrar os olhos e desejar muito. Com tanta fé como se de uma torcida brasileira se tratasse. Chegarás com os mesmos dias, com os problemas do costume , as mesmas dúvidas e abismos. E também as mesmas esperanças quando ouvimos uma música que gostamos ou lemos algo e pensamos sobre o que nos faz sonhar. Ou quando alguém nos faz sorrir por dentro e acreditar que há um resto de bondade. Chegarás com esse peso comparativo de todos os anos que já vivemos, a evocar se morreram mais ou menos artistas que gostamos, se fomos ou não campeões no futebol e no desporto em geral, se houve ogres que ganharam na política e outros que para lá caminham, se aconteceram mais desastres naturais ou se os nossos adoeceram,...