Passou um dia. O assunto já quase esgotou, as imagens da tragédia já chegaram a todos, os relatórios dos gabinetes e dos sub-gabinetes já estão em produção e daqui a alguns tempos esperemos que não seja uma nova tragédia. A do abandono. Depois de uma semana em que fizemos o mundo mais pequeno do que ele já é, trocando contactos, ideias, angariando e transferindo donativos, decidimos ir para fazer algo concreto. Alvorada em Lisboa e estrada fora até que se chega ao IP3 e nas primeiras indicações para Porto da Raiva e para a livraria do Mondego começa o manto de cinza e negro. A devastação. Imaginamos tudo e, no fundo, não temos o alcance de quem o viveu. Recuo a 2009 quando já só vi uma foto e um capacete em cima de quatro tábuas. Arrepio-me e rasam-me os olhos de água ao ver a coluna de camiões e carrinhas de ajuda das gentes de Esposende. Dali para a frente é o registo de casas queimadas, floresta ardida, barracões, carros, e armazéns destruídos. Ficaríamos a saber que bast...