Ougadamente
Saímos da estrada principal e metemos pelo caminho ladeado por amieiros que terminava numa rua estreita com poucas casas. Numa delas, desfazia-se um ciclo, a arrancar videiras à terra e, mesmo que isso possa representar mudança e renovação, para mim, sempre que se arranca uma vinha é sinal de tristeza, de fim de uma era. E enquanto subíamos na rampa de madeira de acesso ao restaurante passou o Gary Cooper de bicicleta, sem chapéu de western, mas com aquele ar cinematográfico que parecia abrir o quadro que estava por vir. Trazia duas romãs na mão e entregou-as a alguém que terá saído pelas traseiras do espaço. Não sabemos se por zelo, convenieência ou pedido especial. E depois, aguardámos na porta, filtrando aquele certo desalinho, as caixas de vinho empilhadas, as anunciadas noites de cultura ainda afixadas nos papéis, a ementa escrita a giz, as floreiras decadentes, a esplanada de onde se viam os chorões pendentes para as águas paradas da lagoa. E aguardámos, já numa ...