Fora D'Horas e...Boas Festas
Entre orações, memorandus, anotações, fiabilidades e validades de testes psicológicos, quadros teóricos, uma música de fundo...não tenho sono.
Penso em tudo e em nada e na hora avançada.
Leio os meus emails e o do Pedro Tochas é divertido, passo a citar uma parte do email:
"Boas festas
Boas festas
E digo mais uma vez:
BOAS FESTAS
Adoro esta expressão: Boas festas
É simples: duas palavras somente.
Mas mais importante: é abrangente e não discriminatória.
Passo a explicar:
Numa sociedade que está a ficar muito sensível em termos religiosos e não só, desejar coisas como Feliz Natal pode ofender muita gente.
Há pessoas que respondem logo:
Essa não é a minha religião;
Não festejo o Natal;
Desculpe, mas não acredito nessas coisas;
Ou ainda: eu só festejo os golos do meu clube e da selecção nacional.
Logo, desejar coisas como Feliz Natal pode ofender, chocar, ou ainda pior: fazer equipas perderem campeonatos.
Acho que ninguém se esquece do EURO 2004, não é??
Dai a importância de uma expressão como esta, quando uma pessoa diz Boas Festas, está unicamente a desejar boas celebrações, sejam elas quais forem.
Como muitas vezes não queremos chatear ninguém, nada melhor do que uma expressão assim: cheia de significado mas pouco específica.
Mas o mais engraçado, é que a origem disto tudo não tem nada a ver com o desejo de boas celebrações.
Por isso aqui fica um pouco de História:
Tudo começou em 1772, ano em que foi criada a vila de Alcobaça pelo Ouvidor José Xavier Machado Monteiro; e em que o Laboratório Chimico da Universidade de Coimbra foi mandado edificar pelo Marquês de Pombal (foi neste edifício que eu estudei Engenharia Química nos meus tempos de Universidade).
Havia um Duque que vivia sozinho num palácio.
Governava o seu Ducado com punhos de ferro e cobrava impostos muito altos aos camponeses.
Quando os camponeses queriam ir ao palácio falar com o Duque para que baixasse os impostos, este tinha um cão muito mau, que lhes impedia a passagem, pelo que nunca conseguiam falar e por isso, os impostos não desciam.
Um dia, um camponês espantou o Duque ao entrar no palácio.
"Como chegaste aqui?", disse o Duque com voz forte e Ducal (para meu espanto o meu processador de texto reconhece esta palavra, viver é aprender)
Ao que o camponês respondeu nervosamente: "Aqui?... Bem... vim de mula... era isso que queria saber?..."
"Não!! Como passaste o cão ?" Insistiu o Duque com a sua voz forte e DUCAL.
O camponês pensou uns segundos e respondeu ainda mais nervoso: "Entrei no portão... o cão começou a correr na minha direcção a ladrar muito alto... eu olhei para ele e fiz-lhe umas boas festas... o cão parou de ladrar e deixou-me passar..."
"Umas BOAS FESTAS???", disse o Duque pensativo.
No dia seguinte saiu o decreto:
"Só entra no palácio do Duque quem fizer umas BOAS FESTAS no cão do Ducado."
(pequena nota: eu não estava lá, mas acho que foi mais ao menos assim que tudo aconteceu... já agora, os impostos continuaram altos)
A expressão BOAS FESTAS ficou, mas com o passar dos anos o seu significado sofreu alterações, deixou de se referir a um gesto de afecto de qualidade e passou a significar o desejo de boas celebrações.
No futuro sabe-se lá o que poderá significar."
O Pedro no seu melhor!!!
Acho que vou dormir...
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