Ela praticamente tinha tudo. A clareza das coisas, sobretudo isso. Mas não percebia bem aquele desconforto diário, um peso brutal sobre a cabeça, sobre os ombros. Não era físico, vinha de dentro. E depois tudo à volta era um quadro de Nery, esmagador em padrão. No trabalho, entre os amigos e família, a rua, os feeds do mundo. Tudo deveria exceder tudo, ser o superlativo da beleza, do profissionalismo, da vida social, do empoderamento. E o corrector a insistir com o empacotamento. Se calhar, é isso. Rebobinar as virtudes dos magos e dos que magoam também. E ela, ali, de janela aberta a fumar a vida, concentrada naquilo que é ser apenas. Existir. O declínio em pessoa. Sem conseguir perceber o que realmente lhe fez estar horas na janela do último andar, à noite, a pensar no que fazer a seguir. Como tirar aquele saco plástico dos galhos da árvore, que há semanas luta contra o vento? [ #mulher ]
Olá,Manuela.
ResponderEliminarTe sinto assim,assim.lol..tudo bem menina se aprume a vida é dura mas só é vivida se formos duros.
Vou completar esta passagem de a Soma dos dias de Isabel Allende.
(...)memória selectiva para recordar o que é bom,NÃO ESQUECENDO O MAU PARA ASSIM VALORIZAR O MENOS BOM,prudência lógica para não arruinar o presente ,QUEM FOR LOGICAMENTE PRUDENTE NÃO RESPIRA COM MEDO DE APANHAR ALGUMA DOENÇA,e um optimismo desafiador para enfrentar o futuro,COM CAUTELA POIS NÃO DEVEMOS DESAFIAR QUEM NÃO PODEMOS VENCER "se não podes vencer o inimigo junta-te a ele"(...)
Boa semana e não te esqueça de fazer boca-dura para sábado.
O man.