Mulher
Ela praticamente tinha tudo. A clareza das coisas, sobretudo isso. Mas não percebia bem aquele desconforto diário, um peso brutal sobre a cabeça, sobre os ombros. Não era físico, vinha de dentro. E depois tudo à volta era um quadro de Nery, esmagador em padrão. No trabalho, entre os amigos e família, a rua, os feeds do mundo. Tudo deveria exceder tudo, ser o superlativo da beleza, do profissionalismo, da vida social, do empoderamento. E o corrector a insistir com o empacotamento. Se calhar, é isso. Rebobinar as virtudes dos magos e dos que magoam também. E ela, ali, de janela aberta a fumar a vida, concentrada naquilo que é ser apenas. Existir. O declínio em pessoa. Sem conseguir perceber o que realmente lhe fez estar horas na janela do último andar, à noite, a pensar no que fazer a seguir. Como tirar aquele saco plástico dos galhos da árvore, que há semanas luta contra o vento? [ #mulher ]
Estás a ver aquela janela verde que esta no canto superior esquerdo do telhado da imagem? E da minha casa!!!
ResponderEliminarPodemos ser vizinhas... mas tens que dar um ar mais fresquinho ao estaminé!
Beijinhos!
Ora aqui está uma situação para dizermos "Há coisas fantásticas, não há?" :)
ResponderEliminarComo algumas pessoas me chamam Nelinha, na minha passagem pela Nazaré, este Verão, decidi fotografar a loja...
Mal sabia eu que iria fotografar uma pontinha da casa da autora do Blog que sigo "religiosamente" :)
Mas se um dia for a proprietária prometo embelezar o estaminé :)
Beijinhos