Faço perguntas para as quais não tenho resposta. Sinto tudo a girar, milhares de imagens, palavras, momentos, parecem flashes na minha cabeça. Tenho um nó enorme dentro de mim e não sei como vou encontrar-me no silêncio dos dias. Na vida nem tudo pode ser como e quando queremos porque muitas circunstãncias assim o determinam... e como posso viver com o que sinto imune à distância, ao silêncio, ao afastamento e pincelar tudo isto com esperança, cor e sorrisos? É um caminho difícil, sinuoso mas há também um ponto importante que atenua tudo isto: saber que os outros partilham de felicidade que, de outro modo, não seria possível. Eu sinto um amor profundo mas devo amar-me também a mim mesma, afastar-me desta ansiedade ou angústia ou o que seja... Quero fechar os olhos sabendo que tudo fica bem.
Mensagens
A mostrar mensagens de junho, 2010
Lua cheia
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Finalmente sento-me. Escrevo para mim, para me ouvir, para falar apenas. O dia teve boas notícias, sem dúvida, mas foi também opressivo no trabalho. Ou é de mim ou os programas informáticos não respondem a todas as dúvidas que eu tenho. E não gosto de não perceber as coisas, principalmente no que toca a contas. Fico um pouco triste comigo por não conseguir ser mais eficiente, resolutiva, entre outras coisas mas esforço-me bastante. Isso pode não significar nada mas esse nada para mim é alguma coisa. Gosto deste ritmo, de não dar pelas horas passarem, de não ter tempo sequer para pensar mas gostava de fazer melhorias, de ser veiculo de mudança nos aspectos menos positivos e aumentar os positivos. Tudo isto para que uma parte da nossa vida (trabalho) aconteça de uma forma que nos sintamos bem. Não é tudo, definitivamente! Há uma lua lá fora (quase lua cheia), há um mar, há o silêncio, o cair da noite, os hotéis de luxo iluminados, os barquinhos ao longe, os namorados a passear, os caes a...
Sono sem sonhos
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"A morte é um sono sem sonhos" disse Napoleão Bonaparte. Soube há pouco que Saramago faleceu. As pessoas (imprensa) falam do Nobel mas espero que não se esqueçam do homem. Será que é sempre assim? Lembrarem-nos pelo que fizemos e não pelo que fomos? E não nos deveriamos lembrar de ambos? Ele nunca mais irá sonhar, certamente, mas deixa sonhos escritos para todos aqueles que queiram embarcar nas suas histórias e nas suas palavras. E isso fará com que esteja sempre vivo... E no fim de contas, quando a morte nos leva não fazemos falta a ninguém, nem a nós.
Compras
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Definitivamente as camas na Suécia são de tamanhos que não coincidem com os da cama cá de casa. Agora posso ir para a feira vender capas de edredons e edredons porque já tenho mais dois destes acessórios para juntar ao monte. Dinheiro mal gasto e problema por resolver. Mas ao tempo que passei dentro daquele armazém sei o catálogo decor, o numero das referências, dos corredore e das estantes. Nem tudo foi tempo e dinheiro perdido.
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O que é o Ser? O que é o desespero? A tristeza ou alegria? O que é o abismo ou a garra? O que é o hoje ou o amanha? O que é o amor? A verdade e a mentira? O que é a felicidade? A partilha? A bondade? O que são todas as vozes numa só? Um grito? O que sou eu? O que é o tempo? O que é o esquecimento? O que é fazer sentido num labirinto? O que é sonhar? O que é a vida? É morrer enroscada num tremor do corpo que não sei explicar…
Viagens #3
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Encontrei a maré em baixo e um tempo agradável... O meu irmão andava aos polvos e ao que parece o mar foi generoso. Caminhei até à foz do rio e fiquei impressionada com os estragos e avanços do mar. Mais dois invernos e creio que o mar chegará às casas perto da praia. Pedrinhas não faltaram para eu escolher mas acabei por trazer poucas e das mais pequenas. E fiquei ali sentada a olhar o mar e a pensar muito e a imaginar outro tanto...
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Levanto-me da cama porque o vento tem sido por demais e bate nas tampas das caixas do correio. A par disso oiço os vizinhos no banho, a máquina de lavar a funcionar e com sorte serei prendada com o autoclismo. Ainda assim o sosssego desta casa é ímpar comparado com as outras (mil) por onde já passei. Fiz chá na esperança que o quentinho na barriga me embale para além do zumbir do vento. Tenho a sensação de que o dia foi a dobrar no tempo. Tenho feito um esforço, não sei se de concentração ou desconcentração. Umas vezes pergunto-me "Porquê"? outras "Porque não"?. São coisas distintas, não é? Da realidade e do que ainda não foi ou o é apenas imaginado, colorido de sonho. Tenho sentido que mudei em muitas coisas. E numa delas é o não gostar de passar um dia inteiro sem falar. Antes não me importava e vivia num mundo meio estranho ou estranho de todo. Voltado para dentro. Hoje encontro pouco cá dentro. O dia não começou bem. Há intentos que fazem de nós problemas brutai...
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Talvez esta não seja eu... Ou há palavras que vão sendo ditas que são verdade... Talvez sejam mesmo verdade... Doem, é certo porque não esperamos por elas, não gostamos de as ouvir... porque não nos revemos no que elas contêm ou no que significam ou então porque ninguém nunca foi um espelho de tal forma que nos fosse capaz de as dizer. Depois fazem eco, tal como todas as coisas boas que ouvimos, a juntar às menos boas, à tua voz cansada mãe, ao pouco que perguntas...