Horas

"A vida não é triste. Tem horas tristes."
(Rolland , Romain)

Horas de desilusão, desalento, angústia, desespero...
Isto a propósito de na 6ª feira passada, às primeiras horas da manhã, ter preocupado a minha mãe e a Marina, amiga do coração.
É destas horas que me arrependo, que me desiludo comigo e isso desgasta-me...
Horas em que soluçamos e esvaziamos a nossa vontade de fugir da realidade, do mundo e da vida...
A minha mãe, em toda a sua vida, viu-me poucas vezes chorar. Muito poucas para aquelas que, às vezes na surdina do quarto, foram acontecendo até que saí de casa.
Os meus amigos conhecem-me pela gargalhada fácil e pelas brincadeiras tontas. E é assim que deve ser. As pessoas que nos rodeiam e que nos querem bem devem partilhar do nosso sorriso e das nossas alegrias e tudo o mais não deve sair á rua. Deve ser gerido por nós. Sempre foi assim e deverá continuar assim. Deve haver sempre uma máscara de felicidade para essas pessoas, mesmo que por dentro não seja essa a verdadeira condição.
Por isso fico triste comigo, revolto-me e hoje isto queimou-me os pensamentos mais do que o sol abrasador.
Apesar de tudo, nestas horas tristes as pessoas ainda nos surpreendem com reacções positivas que nunca pensámos fossem existir...
De nada me vale pensar nessas horas, no porquê de ter soluçado, porque cada hora, cada minuto, seja de natureza boa ou má, servem de crescimento.

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