Da minha porta



Dúvidas não existem de que a fotografia é uma técnica fabulosa, cada vez mais evoluída e acessível a todos. Depois da revolução digital qualquer pessoa, melhor ou pior, conserva momentos em imagens.
Deixamos de ir ao fotógrafo fazer as revelações que se tornavam verdadeiros momentos de suspense. Muitas vezes esperei os 30m ou 1h para ver de imediato cada foto ao pormenor e colocar cada uma delas nas bolsinhas dos pequenos álbuns oferecidos com a revelação do rolo fotográfico.
Mas sobre isto não me interessa a parte técnica da captação da luz, nem tão pouco distâncias de focagem…é o momento em que fazemos a foto, perduramos uma expressão, um sorriso, uma paisagem, milhentos pormenores…
Esse momento fica ali, imobilizado no tempo, perene na vida, na nossa existência para um dia o revermos e talvez soltar novo sorriso, deixar cair uma lágrima, ou simplesmente olhar no silêncio.
Nada será como esse momento em que o disparo filtrou uma imagem para sempre. E não tem que ser como dantes. Está ali uma partícula de nós. E esses momentos são maravilhosos , nos quais salta para um filtro imaginário sensações, cores e tudo aquilo que queremos guardar para se um dia a memória nos roubar de dentro de nós. Fotos há, também, em que os registos são menos felizes: fotos de guerra, de acidentes e catástrofes.
Isto a propósito de que dia após dia passam pela “minha porta” gentes diferentes, crianças, adultos, portugueses e estrangeiros. E são poucos os que não param ou pedem se podem fechar as portas cobertas de cortiça. Sentam-se no pequeno rochedo, sorriem, fazem pose e gravam nas suas vidas a “casa de pedra”. E eu estou ali, do lado de dentro, a imaginar as suas vidas, de onde vêem, a vê-los sorrir e o momento em que guardam para si mais uma imagem, um recorte de vida…
É caso para dizer da minha porta com amor…



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