Simplesmente

Doem-me os pés, os olhos, a cabeça, a alma. Um cansaço que bastaria para que caísse redonda na cama num sono profundo, não fossem as obrigações de um dia de trabalho que terminou há minutos. Fossem as tarefas aliciantes, de elevada complexidade e de uso de inteligência e eu não estaria tão pouco motivada, mas isto de preencher dezenas de avisos de recepção para cartas registadas redobra o cansaço e diminui o limite dos nervos. Um carimbo ou umas etiquetas ajudavam? Ajudavam, mas eu não ficaria a saber que estou completamente "destreinada" a "escrever à mão" e com rapidez. Longe vão os tempos em que os apontamentos nas aulas da faculdade eram tirados num código apenas perceptível por mim e melhorado com o tempo, à medida que era capaz de escrever mais rápido. Daí que a minha caligrafia nunca tenha sido constante na forma, nem uma escrita firme (isto no campo da grafologia daria pano para mangas!!!). Sempre misturei letra maiúscula com minúscula e a posição da caligrafia. A própria assinatura nunca foi igual e se me pedem uma rúbrica esta varia quantas as vezes que me esqueço como foi a primeira que "inventei".
E no meio dos papéis que me absorvem dos pensamentos e das horas que passam, oiço isto, voando nos sons como aviões de papel porque simplesmente quero fechar os olhos e pensar que não podemos ser náufragos num mar estranho.

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