Itália #3

Parco Nazionale delle Cinque Terre

Parti no Cinque Terre Treno com um bilhete válido por um dia e mais desconfiada do que nunca. Porque estava de Havaianas e todos os turistas que se encontravam por ali tinham botas de montanha, todo o material possível e imaginário de trekking e com ar de quem iam escalar o Evarest.
Bem sabia que a zona está assinalada nos guias como favorável para trilhos pedestres e caminhadas. E eu perderia ali uns bons dias mas nem uns ténis levei e o pessoal estava numa de espreitar as praias, conhecer as cinco terras em versão sónica, fazer chek a tudo e voltar.
As temperaturas altas não ajudavam e eu já estava a imaginar o cenário de quatro portugueses com os pés derretidos nas Havaianas naqueles montes costeiros.

Saídos da estação de comboio "La Spezia" seguimos até à última das terras - Monterosso al Mare. Enquanto iam tentar a sorte em busca de uns centrímetros de água no mar, eu votei na opção da esplanada virada para o mar com vinho branco da terra a acompanhar, queijo e um prato de anchovas bem avinagradas e com bastante sumo de limão. Depois de uma passeata e avaliarmos os riscos de fazermos um dos trilhos de Havaianas decidimos que iríamos para a próxima terra - Vernazza -  e daí partiríamos a pé para a terceira - Corniglia.

Subir os vilarejos sob um sol abrasador, passar por meio de oliveiras sem fim, descer arribas e subir novamente, sempre com a sensação que andamos ali no limiar da terra e mar. E ao fundo surge um aglomerado de casas coloridas, bem no cimo da escarpa com uma igreja no alto. As Cinque Terre são isto. E vistas do mar devem ser deslumbrantes.
Há muitos "Sentieri" para fazer com duração variada mas quando se anda junto às escarpas a imensidão do mar ao fundo é uma imagem de paz imensa.

Vernazza foi uma das terras fortemente abaladas pelas fortes chuvadas que provocaram aluimento de terras e uma imensa avalanche de lama e destroços na pequena vila. À entrada havia um enorme painel com imagens de todos os trabalhos de limpeza e de recuperação dos estragos  e olhamos à nossa volta e é difícil imaginar aquele cenário.

Devido a essas chuvadas e deslizamentos de terras o caminho pedestre (Via del' amore) entre Corniglia e Manarola estava encerrado. A opção foi o comboio e procurar a gelataria tão mencionada para testar mais uma delícia do gelado italiano. Apesar do calor num arrisquei os saltos para a água do cimo dos rochedos...

O pôr do sol foi já em Riomaggiore com mergulho no mar, numa praia de rochas que escorregavam imenso e ficar ali até ao sol se esconder. O dia acabou num dos melhores restaurantes da vila, a ensopar as cadeiras porque fomos diretos da água e aquela hora já não havia sol para nos secarmos. E foi aí que comi a melhor spaghetti de sempre com mexilhão. Confesso que quando vi o prato a chegar com algo embrulhado em papel de alumínio pensei que iria procurar focaccia a seguir...mas os italianos lá sabem as suas mil formas de cozinhar a massa.




















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