Banalidades...o tudo e o nada que elas contêm...histórias, sonhos, desilusões, verdades, opiniões, mentiras, ilusões, devaneios, virtudes, catástrofes, alegrias, medos e tristezas...o pouco e o muito, o fácil e o difícil...TUDO!
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O sol. A luz. Aquela vontade imensa de fazer tudo ao mesmo tempo e ir lá para fora caminhar, descobrir lugares, ver o mar, não pensar em mais nada para além de sentir esse misto de calma com euforia.
Ela praticamente tinha tudo. A clareza das coisas, sobretudo isso. Mas não percebia bem aquele desconforto diário, um peso brutal sobre a cabeça, sobre os ombros. Não era físico, vinha de dentro. E depois tudo à volta era um quadro de Nery, esmagador em padrão. No trabalho, entre os amigos e família, a rua, os feeds do mundo. Tudo deveria exceder tudo, ser o superlativo da beleza, do profissionalismo, da vida social, do empoderamento. E o corrector a insistir com o empacotamento. Se calhar, é isso. Rebobinar as virtudes dos magos e dos que magoam também. E ela, ali, de janela aberta a fumar a vida, concentrada naquilo que é ser apenas. Existir. O declínio em pessoa. Sem conseguir perceber o que realmente lhe fez estar horas na janela do último andar, à noite, a pensar no que fazer a seguir. Como tirar aquele saco plástico dos galhos da árvore, que há semanas luta contra o vento? [ #mulher ]
Há uns tempos a propósito da polémica da partida do Fernando Tordo escrevi o seguinte: Eu não me preocupo com os que vão (e entendam a minha frieza), preocupam-me os que ficam cá e todos nós que pagamos esta fatura demasiado pesada todos os dias. E mais ainda. Se me surgir a oportunidade vou também. Mas vou sem mágoas. Sabem porquê? Porque ninguém sai obrigado, ninguém vai com estatuto de refugiado ou embarcado clandestinamente. Saímos porque somos livres e isso é das melhores coisas do mundo. O Fernando Tordo é de uma geração que tão bem sabe dar valor à liberdade. E eu iria sem precisar que as luzes das câmaras de televisão e as peças jornalísticas dramáticas que fazem nos aeroportos contassem a minha história. Porque a história do Fernando Tordo assim como tantos outros Fernandos é tão idêntica àquela que o nosso país assistiu década após década. Porque fomos sempre um povo de sair, de ir além fronteiras, de ir esburacar oportunidades aqui e acolá. Quem quer ficar fica, com ou se...
Ela vai ali concentrada na leitura. E eu pergunto-me como podem ser tão bonitas estas Polacas e sempre tão bem maquilhadas! O livro de capa rígida e vermelha tem uma etiqueta na contracapa com um código e, por isso, tudo indica que seja um livro de biblioteca. Faz muito tempo que não requisito livros em bibliotecas. Às vezes distraía-me quando encontrava um rabisco ou uma anotação que alguém mais desinteressado fizera. Eu rabiscos nunca fiz mas, talvez uma migalha ou outra se tenha perdido entre as folhas. Mas, em nenhuma biblioteca hei-de sentir essa mística da biblioteca itinerante que estacionava na "Rua da Estrada" à espera dos poucos que, periodicamente, íamos devolver e requisitar livros. Foram aventuras o que mais li e penso que os livros dos Cinco, da Enid Blyton. E a única coisa que me recordo desses livros e até hoje ainda não percebi porquê é o episódio dos mergulhões. Eu não sabia o que eram mergulhões mas para mim essa história era nas Berlengas e os bichos...
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