O lago
O lago continua a ser, para já, o meu lugar preferido na cidade.
Mesmo à noite, quando tento correr sem ver sequer um palmo à frente do meu nariz. E há pessoas sentadas nos bancos ao longo das margens e não sei o que fazem ali, se procuram o silêncio interrompido pelas aves pousadas na água ou se são marginais escondidos nos seus gorros até à cintura. São mais ou menos 6km em que circulo na escuridão, ainda que haja um colorido espelhado na água criando inúmeros pontos diferentes e a ilusão de profundidade. Estão centenas de aves pousadas na água e ainda não reuniram o completo silêncio, despertando assim a atenção para todos aqueles pontos brancos. Vejo-as porque o enorme edifício do Malta Galeria projeta luz suficiente para iluminar essa parte do caminho. E depois cruzam-se aqueles que arriscam fazer o percurso de bicicleta e iluminam o caminho com um pequeno foco de luz.
Não tenho medo de fazer este percurso à noite e isso é o mais curioso da minha estadia aqui. Bem sei que já passaram três semanas e já começa a existir o feeling de segurança, de território meu, sem o ser, na verdade.
Com o mar no pensamento, a luz límpida e as cores bem nítidas na minha memória.
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