Poczatek #1



É assim que me sinto. A (re)começar.
A tentar sorver tudo à minha volta. A cidade, as pessoas, o trabalho, a cultura. E de todos os aspetos, o maior obstáculo de todos é a língua. Em todos os sítios que já visitei, mal ou bem, consegui misturar inglês com francês, ou italiano, ou espanhol. Até algumas tentativas de alemão. Dizer algo em polaco e ser percetível é quase tão difícil como alguma vez eu ir correr nos jogos olímpicos.
As dificuldades começam logo à chegada quando o taxista mesmo vendo a morada escrita não sabe onde fica a rua. Inglês não percebe e muito menos o "meu inglês". E foram mais de três voltas ao quarteirão do prédio onde ia ficar pela primeira vez.
A primeira impressão da cidade não é como a imaginava e quando se está mais de três horas no aeroporto bem que se criam expectativas da nova vida que se está a iniciar. Ainda assim a longa ciclovia tenta remediar a ausência de jardins à primeira vista, os prédios pouco ordenados, o ar "industrializado". E vem-me à memória pela primeira vez o Porto, ou Lisboa, ou qualquer outra nossa cidade. E desejo que tudo o que venha a conhecer seja muito mais daquilo que me é possível ver através da janela do taxi.
As surpresas boas às vezes vêm depois do primeiro impacto e se eu esperava que as pessoas fossem menos acolhedoras, esta rapariga que me recebeu na sua casa sem me conhecer de parte nenhuma foi um sopro de alívio para quem vem com duas malas na mão à espera que tudo falhe desde o primeiro minuto.
No trabalho é todo um mundo de pessoas, processos diferentes e senti-me perdida sem ainda conseguir ajudar em muita coisa pois não domino as formas de trabalhar. A seu tempo será mais fácil, espero eu.
Continuo com a saga da procura de casa e espero conseguir o meu canto rapidamente.
Agora mesmo tento  pôr a conversa em dia virtualmente, procurar casas, escrever, tentar estudar e fazer tudo sem pensar muito como serão os próximos tempos por cá e neste novo curso de gestão de saudades.
E espero habituar-me à ideia dos chuveiros sem cortinas que resultam em belas piscinas interiores, deixar de comer frango todos os dias porque tudo o resto me parece estranho, tentar focar-me nas expressões e nas pessoas caso contrário nunca vou perceber que a senhora do supermercado está a falar comigo quando pergunta se preciso de saco para levar compras. Habituar-me à ideia de que aqui o pão não tem sabor e que primeiro que consiga encontrar os produtos certos vou levar bastante tempo a procurar palavras no dicionário enquanto faço compras.





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