De Lisboa

"Cheira bem, cheira a Lisboa". Foi assim imortalizada e continuará a inspirar artistas, músicos, fadistas, boémios, anónimos, estrangeiros e locais.
Não sei a que cheira. Para mim, cheira a Tejo com luz doirada ao fim do dia, zumbido debaixo da ponte 25 de Abril sempre que fazia a ciclovia entre Belém e o Parque das Nações. Cheira a saudade, a amigos, a abraços e a momentos que nunca esquecerei. Os bons e os maus. Cheira a cais do sodré, de ruas apertadas de notívagos, à Pensão Amor e aos amores que não tive. Cheira a largo de Camões como ponto de encontro, a Chiado para ver as pessoas passar, cheira a Teatro e a mil coisas por fazer. Lisboa é um fado, na casa da Severa, é Mouraria e Alfama a subir e a descer sem nunca saber onde me encontrava. Lisboa cheira a esplanadas, a cafés, a miradouros, cheira a ruas apinhadas de gente numa noite longa onde Santos há poucos ou nenhuns. Cheira a bairrismo, a lojas vintage, hotéis modernos, vida citadina e capital moderna onde há sempre um detalhe que nos remete para as origens. Cheira às Portas do Sol, ao Terreiro do Paço e às sete colinas que nunca distingui. Lisboa é dança em Santos ou ali para os lados das Amoreiras, é Barrio Latino, é um retrato de todos que ali encontrei e ali deixei. Lisboa é Bairro Alto sem nunca saber como lá chegar. Lisboa, hoje, é muito mais do que a senti quando cheguei. E é minha também, é nossa, é de quem a vive e respira!

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