Manhãs

Os telhados das casas vizinhas são o indicador de aviso para saber se posso ou não sair à rua apenas com a minha camisola polar, para uma corrida junto ao lago.
Não raras as vezes o indicador diz-me que é melhor esperar pelo meio dia, até que algum gelo derreta. Mas a essa hora haverá um outro indicador que me deixará dividida: a fome. Eu não consigo correr com fome, mas também não consigo correr de barriga cheia. Basicamente, não consigo correr!E chega-se a esta bela conclusão, na manhã do vigésimo quarto dia do ano, talvez o vigésimo primeiro dia sem sol.
Dá muito trabalho ir procurar neste sítio onde começaram as investidas na corrida, algures na marginal de Cascais, tentanto percorrer uma distância maior que um km. Hoje, com muito esforço, faço mais do que isso, não porque queira atingir algum tipo de record mas porque preciso de fazer algo pela minha saúde. Não sei se o faço da melhor forma, até porque também posso morrer a correr, mas sinto menos peso na consciência desta forma. Porque tudo aquilo que como e bebo daria para alimentar um grupo de ursos polares durante dois anos.
E haverá sempre uma manhã para me lembrar que não deveria ter comido chocolate negro e bebido vinho tinto.
Mas se para a alma foi o remédio para o corpo haverá castigo.


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