#18/06/2015 Em viagem
Nos aeroportos a espera resume-se a imaginar as vidas por trás daqueles que lêem, teclam, organizam mil vezes as malas de mão e aguardam de olhar fixo no painel de partidas.
Quem é esta gente?
O que os espera a seguir é também uma viagem de metro?
Estação de metro de Verdes, linha aeroporto-Póvoa de Varzim.
É uma luz que até fere a vista e um calor a que já não estou habituada. Ao fundo vê-se o edifício torre da Maia e mesmo do outro lado da linha há campos de milho que brotam da terra seca, há um grande eucalipto e pequenos rebentos à volta. Apetece-me cruzar a linha e ir buscar umas folhas de eucalipto para misturar ali mesmo um cheiro que me faz lembrar inverno com aquele sufoco dos trinta graus. Lembro-me do meu avô cozer folhas de eucalipto para usar a água no alívio do reumático.
Procuro a sombra antes que todos os chocolates trazidos para os miúdos derretam ali mesmo.
E já no caminho confirmo que estas gentes continuam a ser felizes pela descoberta do kit de mãos livres para o telemóvel.
Não são os mesmos do aeroporto. Falam, gesticulam, dizem palavrões, contam histórias e desgraças dos vizinhos, parentes e desconhecidos. Têm o Norte na ponta da língua e fazem tantas vezes parte das minhas viagens.
Quem é esta gente?
O que os espera a seguir é também uma viagem de metro?
Estação de metro de Verdes, linha aeroporto-Póvoa de Varzim.
É uma luz que até fere a vista e um calor a que já não estou habituada. Ao fundo vê-se o edifício torre da Maia e mesmo do outro lado da linha há campos de milho que brotam da terra seca, há um grande eucalipto e pequenos rebentos à volta. Apetece-me cruzar a linha e ir buscar umas folhas de eucalipto para misturar ali mesmo um cheiro que me faz lembrar inverno com aquele sufoco dos trinta graus. Lembro-me do meu avô cozer folhas de eucalipto para usar a água no alívio do reumático.
Procuro a sombra antes que todos os chocolates trazidos para os miúdos derretam ali mesmo.
E já no caminho confirmo que estas gentes continuam a ser felizes pela descoberta do kit de mãos livres para o telemóvel.
Não são os mesmos do aeroporto. Falam, gesticulam, dizem palavrões, contam histórias e desgraças dos vizinhos, parentes e desconhecidos. Têm o Norte na ponta da língua e fazem tantas vezes parte das minhas viagens.
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