A mala


Eu chamo-lhe a mala do sótão. Está num péssimo estado assim como o sótão. Sempre que me aventuro em subir até lá penso no dia em que poderei projectar e conseguir algo decente para aquela casa.

A mala tem um interior florido e um autocolante do fabricante brasileiro (que agora mesmo não me lembro). E ali jazem livros, revistas, jornais, fotos, documentos e tralhas, quase todos do meu avô paterno.

Encontrei a caderneta de trabalhador datada de 1939, onde consta o seu registo como “carregador” numa casa de hortícolas (Casa União, no Rio de Janeiro). E cartas dos amigos ou colegas de trabalho escritas já depois do seu regresso à nossa casa.

Como eu gostaria de decifrar este pedaço de história!

E começou assim, na semana de férias em Portugal, o meu desejo (mais profundo que tive até hoje, confesso) de ir ao Brasil para conhecer as ruas onde o meu avô trabalhou. Não sei sequer se terão o mesmo nome. Mas isso cabe-me descobrir e começar por algum lado.
O primeiro passo foi dado. Subir ao sótão e remexer nas memórias do meu avô.

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