O cesto da fruta

São 21:30 e o meu dia foi abrir e fechar um castelo.
E agora, já rendida ao hotel, podia escrever sobre a beleza desse gigante em tijolo que arrasa os fins de tarde em tons bucólicos, enquanto bandos de aves repousam nas águas do Nogat.
Mas não. Apetece-me falar sobre o cesto da fruta que ia naquela bicicleta, no parque verde, bem perto da marina.
O passeio até lá divide-se entre o dourado do pôr do sol que trespassa as árvores e as primeiras folhas caídas, de tons castanhos.
A meia dúzia de barcos ancorados evoca nostalgia mas, daquele pontão, o horizonte é esperança, é paz, é a serenidade semelhante à do pescador que no seu vagar vai lançando a linha enquanto o dia acaba ali mesmo.
Entretanto já fui espreitar a tenda de onde se projecta a música do que suponho ser um casamento.
E depois, eles passam. Bicicletas de passeio, ela fala efusivamente e ele sorri para ela.
Na bicicleta dele, um cesto de vime carregado de maçãs e às costas umas raquetes de ténis.
Talvez vá ali uma tarde de cumplicidade.
E, afinal, não é do cesto que falo, é de afectos!






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