A internet em Marte


A primeira vez que me propuseram fazer parte de uma lista independente eu tinha falhado o primeiro recenseamento. Assim como todas as angariações massivas de jotas à porta do liceu. A parte do recenseamento foi uma irresponsabilidade, eu sei, mas da política sempre quis distância. Até porque deus nos livre de ter de explicar a um país porque nos deu a gana de tirar a roupa para uma revista!!! Ou, se calhar, esse é o topo da carreira “a fazer política”.
No entanto, sempre tentei não falhar eleições. Até hoje.
 
A humanidade descobriu vestígios de água salgada em Marte mas disponibilizar via internet a possibibilidade das pessoas residentes no estrangeiro votarem é coisa que só deve acontecer lá para 2050. Eu tenho um número de eleitor e isso parece-me suficiente para chegar a um site, fazer a minha opção, registar o país de residência para que sirva para todas as estatísticas e me autentique como cidadã portuguesa.
 
Eu pergunto-me se eles conhecem aqueles “monkey surveys” que existem na net. Mas se isso é muito básico então criem um site, sem, obviamente, investir 400 milhões nisso, facililtem, descompliquem, reinventem!
Porque ao contrário do que posso parecer eu continuo a preocupar-me com o que se passa no burgo!

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