Ao terceiro dia que, afinal, é o sexto


Os dias já a desfilarem o desassossego, aquele desânimo de saber que ao terceiro dia afinal continuo a querer comer todas as sobras das festas, o regresso às rotinas e a essa essência tão pura de que não faço aquilo que gostaria. Todos os anos a história se repete. As nossas vidas mudam sim mas eu estou sempre à espera que seja algo grandioso, repentino como uma tempestade. Em grande e profundo, portanto. E às vezes as pequenas coisas podem ser as mais surpreendentes. E de tão pequenas que nem as vemos. 

Escrevo isto enrolada num cobertor no sofá e esse pode ser um bom começo. E uma dessas pequenas coisas. A casa está gelada, o aquecedor no quarto e eu dou graças por não existir uma TV, caso contrário eu iria afundar-me no sofá e sairía no Verão, quando o sol e o calor inundarem este sexto andar.

Em cima da mesa jaz o pequeno livro de colorir com a caixa dos lápis de cor. Ainda não saí da primeira página, tudo o que pintei está muito bonito, sem passar das linhas mas temo que fique por aí. Talvez um dia volte a ele, se o aborrecimento não for maior. Ou quando me tremerem as mãos e o desafio de pintar por dentro das margens asssim o pedir.

Olho para a caixa do voucher do SPA, aquele que foi o melhor presente de "amigo invisível" que alguma vez recebi. E posso começar a pensar onde poderei ir deitar os costados enquanto me esfregam as carnes frouxas, para de seguida me regalar num jantar regado e dormir, dormir muito.

Nunca me são fáceis os começos porque penso demasiado se tudo o resto farei acontecer. A parte das águas termais tentarei.

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