Aquelas noites do ringue
21.07.2018
Todas as vezes que se recupera uma estrutura na freguesia ganhamos em memórias.
Foi assim com o ringue de futebol, agora de cara lavada, com relva sintética, bancada arranjada e o símbolo olímpico mais novo do que nunca.
Não vieram as noites quentes desses meses de Verão dos anos 90 (talvez 93??) em que as gentes se apinhavam naquele recinto, vindas de Forjães, Fragoso e de outras freguesias vizinhas.
Nos jogos das mulheres quem mais alto gritava ficava na bancada ao fundo, onde caíam as faúlhas dos pinheiros mansos. Eram as mulheres de Guilheta e quase sempre ditavam as regras do jogo e o que se dizia ao árbitro e à sua mãe.
Ao intervalo havia sorteio de rifas e foi aí a única vez que me saiu alguma coisa nos jogos de sorte. Uma garrafa de whisky que foi cobiçada todo o caminho até casa. Íamos em bando, a pé, e ainda não existia a via rápida nem todas as mudanças que ela acarretou.
Esses torneios eram muito mais que futebol. Era a oportunidade de sair de casa, sob protecção dos mais velhos e, em certa medida, marcaram uma época.
E creio que, ainda que os tempos sejam diferentes, e já nada possa ser vivido da mesma forma, eu creio que aquela última partida do sábado passado entre os da Casa Lindinho e os do Café Vermelhinho devolveu alguma dessa mística de outrora.
Para não dizer que o pão com chouriço veio merecer o seu espaço.
Nesse tempo vivi aí momentos de glória. Deixei nesse cimento alguma pele. Beijinhos
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