O lugar do artista
A L. tem cabelos claros e olhos verdes e talvez os tenha herdado do avô.
O homem com nome de imperador e que fazia da praceta do miradouro de Vila Nova de Milfontes o seu império. O das paletas, enquanto pintava o rio Mira talvez, ou a declamar os poemas de Bocage. Imagino-o a admirar, tal como eu, aquele cheiro adocicado da figueira que ali está, portas meias com o castelo. Já devia existir, na altura. Estou certa que sim.
Hoje, quando ali estive pensei que faltava qualquer coisa.
Um artista cabe sempre em qualquer lugar.
Boina pendendo para um lado e cachimbo para o outro, enquanto dava largas aos óleos e mirava as moças torneadas. Sim, a L. herdou a cor de cabelo e um dos tons dos seus olhos!
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