Ainda há salvação. Nos elevadores.
São raras as vezes que me cruzo com vizinhos no elevador mas, quando acontece, é quase sempre como em todos os elevadores. Já vamos a descer ou a subir, o elevador pára noutro andar e, de súbito, as pessoas parece que vêem a peste negra. Nesse momento, sorrio e rodo a cabeça na direcção do espelho, para ver qual o grau de gravidade da coisa.
Estão de fora desta reacção as crianças. Principalmente as de colo, como a menina dos caracóis loiros que hoje, sorriu de imediato e tentou chegar a sua mãozinha minúscula ao meu cabelo.
Disse-lhe "bom dia". A ela. Porque o pai, antes mesmo de entrar, fez aquele olhar-de-má-sorte-por-ir-gente-no-elevador.
E perguntei à menina se ia para o frio. E ela, no seu sorriso doce, foi como se tivesse respondido.
Livrando-nos desse mal que são os elevadores partilhados.
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