Para Altea, com amor

Eles estão em directo de Altea e começam a entrar em palco. 
Deste lado, estou via computador, e mesmo assim não desligo daquele nervoso que se agiganta quando a batuta fica uns segundos suspensa. E se alguém falha uma nota, uma entrada na música, um solo? 
Foi assim durante anos. 
Mesmo quando estávamos em recintos barulhentos, com pessoas que apenas aplaudiam no final e, na verdade, não ouviam nada do concerto, em palcos onde não cabíamos todos, ou em coretos que desabavam, em festas, romarias, procissões com foguetes a estalar, em lugares conhecidos ou em terras esquecidas de um Portugal profundo. 
Será assim para sempre se as gerações do presente e as vindouras viverem, em algum momento das suas vidas, o amor à música e ao associativismo.
Nunca, em alguma dessas ocasiões que envergámos uma farda e levámos o nome da nossa terra Verão fora, nos faltou a honra e o sentido de responsabilidade. Quero acreditar. Que é, no fim de contas, o que significa ter uma ponta de nervoso quando estamos perante o maestro de olhar cravado em todos os nossos olhares. E uma plateia à espera de nos ouvir.  
Que é, aquilo que sinto agora, mesmo não estando a ocupar um lugar naquele palco da Palau Altea.
Vi os concorrentes da Colômbia e foi impossível não me emocionar. O esforço que fizeram para ali estar, o que aquilo representa para aqueles jovens de uma pequena povoação a cinquenta minutos de Bogotá. 
Não tem limites o orgulho que sentimos em todos, mas também não terá fronteiras a música que junta nacionalidades e realidades tão diferentes.





Banda de Antas // 45º Certamen Internacional de Música Vila d’Altea a Palau Altea


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