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Quatro e vinte, em horas.
Está uma noite fria e eu estou no varandim do casino. O vestido negro de veludo aperta-me. Poiso o copo naquele rebordo do pequeno querubim de acrílico e tiro os sapatos.
Lá de dentro ouve-se a banda a tocar aquele soul de Philadelphia. Há risos abafados, foguetes que ainda estoiram lá longe. As horas avançam, em todas as festas desta noite que abre os dias todos que virão.
Nada de novo nas mensagens, nos contactos. A palavra feliz, já gasta.
Os pés vão gelando. O silêncio deste varandim que desejei ser para um tango.
É então que se abre a porta e eu acordo desse casino de Bellagio. 
No início da primeira madrugada do ano.


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