Todos os ventos #2

Não me recordo quando mo ofereceu. Creio que já depois de todas as histórias que fui ouvindo, em pé, com a devida distância de uma secretária com papéis, protótipos e outros objectos, ou antes mesmo de rebolarmos numa praia da Figueira em beijos longos e salgados. Ter presente essa dedicatória ajudaria a perceber.
O livro está novo. Uma outra marca, de uma impressão digital suja, que marcou poucas páginas. Duvido que alguém o tenha lido, disse à Ana. Pergunto-lhe como era o homem que o levou ao centro comercial. Estaria ele ligado ao mar? 
Estávamos na sala redonda do restaurante vegetariano e ainda tinha o picante dos pepinos à moda asiática e do Pad Thai na boca. Contei-lhes o simples de uma história maior que fica cada vez mais difusa, já sem precisão de datas, de acontecimentos. De mágoas, sobretudo. Uma história proibida e, a dada altura, um erro de percurso para ambos. Assim o queríamos acreditar, quando já não podemos salvar nada ou não temos energia para tal.
Mas, no fim de contas, desde o primeiro dia eu acreditei no sonho de um homem e isso era sonhar também. Exactamente o que o autor do livro escreve como ponto de partida para duas viagens que se fundem, apesar dos anos de distância entre si.

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