Até quando

Talvez tenha sido ontem , enquanto os via ali voltados para a igreja e para as pessoas que ficaram até que o último foguete fosse rebentado, que eu tenha percebido onde e como cimentei o valor da nostalgia. 
Cantávamos "vou-me embora, vou partir mas tenho esperança", emprestado do cante Alentejano e percebi que todas as vezes que fiz "despedidas" com a banda, nas festas da terra, ficava esse fim com um travo a desconsolo. 
Ao desejo profundo que no ano seguinte , os nossos e os rostos daqueles que por ali estavam voltassem a essa presença comum, firmando assim a certeza de estarmos todos vivos mais um ano. Aquele era um momento de consciencialização do poder irremediável da passagem do tempo. Triste e promissor, ao mesmo tempo. 
E havemos de voltar todos com o tempo, já diz a canção, também. Mesmo quando temos de dizer adeus e findar as festas, até quando não sabemos. 



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