T(r)emer
Quando eu tocava clarinete e tinha "audições-de-fazer-por-casa" tremia muito das mãos. Os dedos gelavam e não tinham a destreza necessária para o que as semicolcheias exigiam. Nesses momentos, pensava sempre no que poderia fazer para controlar os nervos. Nunca resolvi esse problema (entre outros) e poderia reunir com todos os gurus do tema que estaria exactamente na mesma.
O tremer das mãos resultava apenas numa prestação menos boa e no ego ferido, obviamente.
- Não movimente o olho - dizia o médico enquanto virava a pálpebra do avesso.
- O Doutor nunca treme das mãos? - perguntei.
- (risos)
Então eu fiquei a pensar em todas as profissões do mundo em que o tremer das mãos, em nervoso, pode ser fatal.
E não encontrei outra mais importante do que a de um cirurgião. Em que um centésimo de milímetro faz toda a diferença. Ou nenhuma, até.
E não encontrei outra mais importante do que a de um cirurgião. Em que um centésimo de milímetro faz toda a diferença. Ou nenhuma, até.
Ali, se ele falhar, a cortina fecha-se devagarinho sem direito a aplauso.
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