A carta

O senhor do órgão elétrónico tinha iniciado Chopin, eu enxotava os pombos da minha mesa da esplanada da casa de chá, naquele largo do Funchal e no email aparecia "Lamento não poder estar contigo neste momento tão sentido. O viver nos Açores às vezes tem as suas coisas".
E eu percebi que aquela carta de adeus não era para mim.
De novo a esfera internauta intrometia-se e eu recebia as informações endereçadas ao jornalista de quem vou recebendo alguma correspondência por engano.
Mas entre resultados de eleições e outras notícias de menor valor que nunca leio até ao final, esta carta lia-a.
Que me perdoe a pessoa que a endereçou, a quem respondi a avisar do engano, mas seria pública horas depois, presumo.
Não é sobre a carta, sobre o passado e o presente. É sobre esse momento em que ele recebe a notícia de um adeus definitivo e não pode, simplesmente, fazer-se mais presente.

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