janela #15

Sempre que falo com ela, quase que poderia afirmar com exactidão as horas e os programas de TV que foram consumidos.
Lembrei-me do Professor Basílio de Português que, embora não tenha sido meu professor, nos proporcionou momentos de aprendizagem marcantes. Na altura, ainda no ciclo preparatório, fez de algumas turmas a sua amostra para a tese de doutoramento. E o estudo era simples. Uma mesma notícia, e vários canais de informação, desde canais de TV à imprensa escrita, como é que cada um dava voz a essa notícia. E as diferenças e os posicionamentos, eram deveras percepcionados por nós. Ao cabo de uma semana a ler notícias todos nós tínhamos um meio ou canal preferencial e um estilo com o qual nos identificávamos mais. Embora, não fosse, de todo, esse o propósito do estudo. Nos lugares esconsos da memória nem um fiapo de luz sobre que notícias eram essas. Eram os anos noventa e bem que poderia ter ficado algo, mas nada. Tudo varrido pelo modo operandis da minha cabeça que é, basicamente, reter o momento.
Ela também não irá reter metade daquilo que é espremido por estes dias nas televisões (o conteúdo) mas a forma, essa, mói em cada dia.

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