Rest in power

Ando a ler " Essa gente" do Chico Buarque e ele haveria de ficar feliz desta partilha de leitura e daqueles que seguiram Duarte cheio de feridas, num Rio de Janeiro também ele cheio de feridas. Ainda não acabei de o ler. Acontece que, neste início de viagem, voltei ao Rio de Abril de 2016, naquela primeira impressão da janela do avião a pensar que morreria engolida por aquela massa urbana. Viria a sentir uma sensação e leveza diferentes quando fomos do Arpoador ao Leblon, mesmo que os moleques rondassem, mesmo que o Vidigal continuasse ali, a descer na paisagem em beleza e pobreza. Por estes dias, todos estes "frames" passaram, incluindo aquele primeiro "baque" com o som dos disparos na Rocinha, sentidos lá do alto, naquela rocha onde sorrimos para a foto do Felipe. Ou sentir que podia voar do Morro até à Gávea, aquela Gávea das cartas do meu avô, ou até às Ilhas Cagarras.
E então lembrei-me que já não via nada acerca do Felipe nas "redes" (esse lugar de ódio e compaixão em simultâneo), há muito tempo e que as nossas trocas de mensagens sobre grunhos governantes cessaram. E fui à procura.
O Felipe não sabe que já foi Vicente no bairro de Santa Teresa em rascunho que assentei só porque sim.
O Felipe não sabe, ou talvez venha a saber desse lugar étereo onde já se encontra, que este Chico que leio faz-me feliz num regresso ao dia em que subimos e descemos o Vidigal e onde comi o melhor frango frito da minha vida.  

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