[ #wordlog #música ]

 De véspera, num concerto de celebração da cultura rom, todos ficámos um bocadinho eufóricos com a música.  Houve invasão de palco, pulou-se e gritou-se ao som electrizante de quem carrega uma cultura, um legado e uma história quase nunca feliz. A história de discriminação, segregação e genocídio. Éramos tão diversos e estávamos ali, grande parte sem perceber o que  os músicos falavam no seu idioma,  mas as palavras pouco importavam.

Hoje, num ambiente completamente diferente, entre outras coisas tocaram-se  obras de Maurice Ravel, que verteu a sua influência basca na música. O solista a dirigir-se à plateia em inglês, e tendo ascendência italiana e portuguesa. A maestrina colombiana e podíamos continuar por aí adiante se alargássemos o mapa de influências de cada um dos presentes.
E o mundo continua a erguer cortinas de ferro, muros de betão, a escavar fronteiras e a incentivar o ódio xenófobo e a incluí-lo em programas eleitorais. Triste.



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