[ recobro 3.0 ]

 Aqui estou eu, de novo, à espera que a  orquestra comece a tocar. Desta vez, sem deuses ganaxis e um pouco mais a Norte.

 Passou aquele verão, onde todos nos abrimos de esperança e daquela doce ilusão de que havia um caminhar para o antes, mesmo que isso não seja mais possível em quase todas as vertentes.

Já todos sabemos que o melhor será não ter o mês de Dezembro. E Janeiro também não. O Carlos Drummond de Andrade que me perdoe mas o ano compõe-se de dez meses e não quero o natal e pós-natal para nada.

E o calendário avança e as diferentes classes da saúde continuam com dias negros, a educação dos miúdos continua num pára-arranca, a cultura ora fecha ora abre, medidas estruturais para lidar com o acesso massivo ao sistema de saúde não sei se foram tomadas e os nossos governantes brincam aos orçamentos por validar e a ver quem tem mais "pets" para cuidar. 

Continuo a acreditar na ciência até porque os banhos de luar nunca me deram muitos resultados. Além do mais, para quê evitar vacinas quando se ingeriu aqueles shots de vodka-cebola no Buraco Negro?

Também continuo a acreditar que os telefones de todos os organismos públicos um dia vão voltar a ser atendidos. E vamos voltar a arranjar outras desculpas que não o Covid para tudo que não se consegue ou não acontece. Ou para toda a me#€@ que fazemos na vida.

Se estivessem reunidas as condições para me sentir totalmente livre de optar e se a minha escolha não impactasse as outras pessoas, é provável que não estivesse sentada pela terceira vez nesta plateia de um concerto que não existe. Mas um cartão com muitas doses é, também ele, um passaporte de liberdade. E quão paradoxal isto pode ser.  



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