Na Esplanada
As noites têm estado demasiado quentes e mesmo com as janelas abertas o único ar que corre traz consigo um leve cheiro a fumo, a incêndio. Por isso é insuportável estar em casa com tanto calor. Ontem depois de uma breve arrumação pela casa e de um banho decidi descer até à esplanada para tomar um café. Sempre está mais fresco e alguma agitação das pessoas agrada-me. Tomei um café e sentei-me na esplanada interior do café, num pequeno átrio. Estava tudo muito calmo e por isso aproveitei para tirar o livro da bolsa que não me esqueci de levar porque na falta de uma conversa sempre posso ler algum tempo, mesmo que à minha volta rodopiem conversas e o ruído da máquina de café se misture com a música de fundo. O livro é uma versão recente do CÂndido de Voltaire, é um romance do espanhol António Molina, algo cómico na sua narrativa dos "Mistérios em Madrid". Interessante e o suficiente para me distrair de tudo à volta. Mas eis que o sossego termina e um grupo de senhoras decide se...