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A mostrar mensagens de janeiro, 2013

No fim do dia

Nos dias em que me sinto melhor quando saio do trabalho muito tarde é quando posso ver a lua. E bem redonda e luminosa. Porque as chatices podem ser muitas mas não me canso de admirar essa imagem e procurar a grande roda luminosa por entre as árvores e ver as sombras que cria no caminho. Finalmente há algo mais do que nevoeiro cerrado, chuva, vento tempestuoso.

Depois de ontem

Acho que até os dedos dos pés me doem. Depois de acordar com a chuva forte lá fora tentar sair da cama foi um momento de ginástica impressionante. Não há um músculo do meu corpo que não doa, as nódoas negras são mais que muitas e uma vez mais sou confrontada com a realidade de me sentir uma velha entrevada porque, simplesmente, não me mexo durante todos os dias da semana. Bastou um dia na serra a transportar ramos, madeira, a varrer, a limpar tudo o que o mau tempo destruiu e hoje estou dorida dos pés à cabeça. Mas o trabalho valeu a pena e as zonas com intervenção ficaram com resultados bem à vista. E foi espantoso como as pessoas responderam em massa, a motivação delas para participarem e ajudarem numa tarefa que a tantos indignou mas que para muitos era algo que nunca poderia passar-lhe ao lado. As pessoas identificam-se com lugares, sentem seus os sítios de que gostam e dos quais mantêm proximidade. E vi isso ontem porque as pessoas arregaçaram as mangas e trabalharam sem qual...

De Lisboa... ou de coisas que eu não fazia e agora faço

Perder tempo no trânsito. Dar moeda aos arrumadores. Estacionar o carro em zonas proibidas. (Eu não estaciono, eu deixo ao "calhas"). Ligar o GPS do telemóvel (às vezes nem isso resulta). Comer em centros comerciais (e come-se muito mal). Interessar-me pelo nome das ruas, pelos bairros...

Devastador

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O cenário poderia ter sido pior mas o rasto de destruição realçou que a natureza se sobrepõe ao nosso controlo. Amanhã estará tudo pior, árvores arrancadas pela raíz, cabos elétricos tombados, muros destruídos, muitos destroços naturais para limpar e é esperar que tempestades como estas não se repitam mais vezes.

Start

Ontem fui tirar o passaporte e, à parte da brutalidade do preço deste cartão, do bem humorado funcionário da loja do cidadão que não sabia que Esposende ficava no Minho e tão pouco parecia perceber muito de Geografia de Portugal, de ver pessoas despedirem-se dos passaportes em papel e dos inúmeros vistos carimbados comprovando que devem fazer parte de uma minoria portuguesa que conhece mais do que Badajoz e Vigo, pude comprovar que as máquinas que registam a nossa biometria e nos fotografam não foram feitas para ajudarem a sermos reconhecidos no estrangeiro e, muito menos, fora da Europa. É mais certo que contribuam para que sejamos confundidos por alguém de um país de má fama e são uma boa ferramenta para brincar às caricaturas e fazer bonecos. Ou isso, ou expliquem-me como a minha cabeça ficou tão achatada, os olhos parecem ter o dobro do tamanho e qualquer foto de um cadáver numa morgue ficaria mil vezes melhor, com mais cor e vida. E depois de ter o passaporte na mão...

Da mentira

Há muitos Lances por aí, disso não tenho dúvidas. Pessoas respeitáveis, reconhecidas socialmente, tidas como pessoas de bom caráter e de valores humanos. Pessoas comuns, humildes ou até mais arrogantes. Pessoas que conhecemos ou que são completamente incógnitas. Pessoas que, ao contrário do desportista, nunca serão capazes de assumir o erro para si, nem tão pouco perante os outros. Pessoas que dissimulam a verdade, as histórias, os acontecimentos, a realidade porque, aparentemente, consideram que aquilo que fazem é correto. Pesoas que assumem a sua verdade como uma esfera de pureza, de tranquilidade, de orgulho neles próprios onde apenas cabem eles mesmos e todos aqueles que têm o dom da complacência e da capacidade de acreditar e confiar e vivem na escuridão. E não sei como toda esta gente dorme descansada, como não tem escrúpulos ao ponto de dizer uma coisa e fazer outra, como tudo assume uma normalidade mascarada sem ponta de remorsos. E nós mesmos? Onde está a mentira em nó...

Butterfly

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A "borboleta" (bicicleta) está cheia de ferrugem nas rodas. E eu também. Depois de muitos passeios por Gaia, Porto e arredores ficou deitada na arrecadação à espera que eu tenha novamente vontade de pedalar. E com todos os atropelos já perdi uma pequena peça da roda da frente que preciso mesmo de substituir. E hoje, tentanto inverter a vontade de ficar apenas no silêncio e no sofá, saí porta fora e levei a bicicleta. De manhã enfrentei a ventania junto ao mar que me impediu de fazer o meu passeio habitual, tanto era o vento, acabei por voltar para trás, sem ser preciso pedalar o que me deu mais tempo para saborear a ondulação e agitação do mar e sentir a espuma salgada na cara. À tarde fui à descoberta de Monsanto, talvez a área mais verde de Lisboa. E fiquei surprendida pelos caminhos, pelos trilhos entre as árvores, pelo anfiteatro Keil com vista para o Tejo, pelos caminhos com lama que deixaram a bicicleta num estado lastimável. Curioso que sempre associei Mons...

Depois

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Era o estofo que abunda na letra desta música e tudo seria mais fácil...no depois.

Um momento, um número

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  Fosse na vida tudo assim, certinho. Os números, a sorte, a saúde, o amor, a amizade, o trabalho, o empenho, a motivação, a determinação, o tempo. E, de preferência, sem a luz do combustível acessa.

Failed

Das resoluções de ano novo. Não conseguidas, pois claro. Não abrir coisas comestíveis na viagem entre as compras e casa. E espalhar migalhas por tudo quanto é sítio. E besuntar o volante, as mudanças e o travão de mão. E fazer a rotunda quase numa roda porque antes segurar o pacote das batatas fritas do que travar e reduzir a mudança. E tudo mais de mau que possam associar a um cenário destes.

Da sorte ou da falta dela

Toda a diferença na nossa vida e no nosso futuro pode estar no simples gesto de clicar sobre a palavra "submit". Já foi.

Da memória

Acho que foi em Outubro que comprei o último livro, "Se fosse fácil era para os outros", do Rui Cardoso Martins. Li algumas páginas e, entretanto, o livro foi ficando para trás porque vieram as revistas de RH, a Monocle, os guias de Londres e por estes dias voltei à leitura do livro e...varreram-se as mais de 30 páginas que já tinha lido. Como é possível? Como poderei viver daqui a uns tempos com esta memória de 24h que inviabiliza tanto da nossa vida? Deverei preocupar-me ou tentar registar tudo, entrando num obsessivo registo diário da minha vida, dos temas, dos livros, dos filmes, das músicas? Se vejo um filme com sequela, o mais provável é que precise de ver novamente o primeiro quando sair o segundo. No caso do livro, mesmo depois de reiniciar a leitura não recuperei muitos pormenores das páginas volvidas. Será isto sintoma de um excesso de (des)concentração quando leio ou funciona apenas "on" e "off" e nada mais? Seja o que for, adiante na leitu...

Hora do chá

De Londres veio um chá mesmo bom para os dias frios, com sabor a camomila e mel. Diz-se que foi a "nossa" Catarina de Bragança que levou a "moda" do chá para Inglaterra e que depois se difundiu, bem como o tão conhecido hábito do "five o'clock tea". E eles souberam aproveitar bem porque as variedades são imensas, os sabores, as finalidades... Comprei este chá numa pequena loja do mercado ("Apple Market") da praça Covent Garden e ficaria lá um dia inteiro a provar sabores, a decidir-me pela única embalagem que seguiria na bagagem, a deliciar-me com os sabores do chocolate quente e com o infindável leque de opções que a marca oferecia.

Pensamentos

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"Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu" (Fernando Pessoa)

De novo, um ano mais

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Comecei 2012 abraçada ao amor de uma vida e tive ainda muitas alegrias, depois foi tudo um enorme precipício de onde tento sair a cada dia. Não mudei de vida nem de trabalho, não viajei tanto quanto gostaria, não ajudei os outros e não fiz voluntariado, não soube olhar para os acontecimentos de forma positiva, fui cobarde, não escrevi de forma inspirada, fiz um caminho e destrui outros tantos e hoje olho para os 365 dias que aí vem sem muita esperança. Revejo imagens, momentos, palavras, um pouco de tudo... E procuro paz e acreditar porque como alguém disse um dia "cada um acredita, facilmente, no que teme e no que deseja".